CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS.

1. Quanto à rigidez:


Sapatas flexíveis:

São de uso mais raro, sendo mais utilizadas em fundações sujeitas a pequenas cargas. Outro fator que determina a escolha por sapatas flexíveis é a resistência do solo. ANDRADE (1989) sugere a utilização  de sapatas flexíveis para solos com pressão admissível abaixo de 150kN/m  (0,15MPa).  As sapatas flexíveis apresentam o comportamento estrutural de uma peça fletida, trabalhando à flexão  nas duas direções ortogonais. Portanto, as sapatas são dimensionadas ao momento fletor e à força cortante, da mesma forma vista para as lajes maciças.  A verificação da punção em sapatas  flexíveis é necessária, pois são mais críticas a esse fenômeno quando comparadas às sapatas rígidas.  

Sapatas rígidas:

São comumente adotadas como elementos de fundações em terrenos que  possuem boa resistência em camadas próximas da superfície.  Para o dimensionamento das armaduras longitudinais de flexão, utiliza-se o método geral de bielas e tirantes. Alternativamente, as sapatas rígidas podem ser dimensionadas à  flexão da mesma forma que as sapatas flexíveis, obtendo-se razoável precisão.  As tensões de cisalhamento devem ser verificadas, em particular a ruptura por compressão diagonal do concreto na ligação laje (sapata) – pilar.  


2. Quanto à posição:

Sapatas isoladas:

Transmitem ações de um único pilar centrado, com seção não alongada. É o tipo de sapata mais freqüentemente utilizado.  Tais sapatas podem apresentar bases quadradas, retangulares ou circulares, com a altura constante ou variando linearmente  entre as faces do pilar à extremidade da base.

Sapatas corridas:

São empregadas para receber as ações  verticais de paredes, muros, ou elementos alongados que transmitem carregamento uniformemente distribuído em uma direção.  O dimensionamento deste tipo de sapata é idêntico ao de uma laje armada em uma direção. Por receber ações distribuídas, não é necessária a verificação da punção em sapatas corridas.



Sapatas associadas ou combinadas:

Transmitem as ações de dois ou mais pilares adjacentes. São utilizadas quando não é possível a utilização sapatas isoladas para cada pilar, por estarem muito  próximas entre si, o que provocaria a superposição de suas bases (em planta) ou dos bulbos de pressões. Neste caso, convém empregar uma única sapata para receber as  ações de dois ou mais pilares. O centro de gravidade da sapata  normalmente coincide com o centro de  aplicação das cargas dos pilares. Para condições de carregamento uniformes e  simétricas, as sapatas associadas resultam em uma sapata corrida simples, de base retangular. Entretanto, quando as cargas dos pilares apresentam diferenças relevantes,  a imposição de coincidir o centróide da sapata com o centro das cargas dos pilares conduz ou a uma sapata de base trapezoidal (em planta) ou a sapatas retangulares  com balanços livres diferentes (em planta).   Usualmente, as sapatas associadas  são projetadas com viga de rigidez (enrijecimento), cujo eixo passa pelo centros de cada pilar.


Sapatas com vigas de equilíbrio:


No caso de pilares posicionados junto à divisa do terreno, o momento produzido pelo não alinhamento da ação com a reação deve ser absorvido por uma viga, conhecida como viga de equilíbrio ou viga alavanca, apoiada na sapata junto à divisa e na sapata construída para pilar interno. Portanto, a viga de equilíbrio tem a função de transmitir a carga vertical do pilar para o centro de gravidade da sapata de divisa e, ao mesmo tempo, resistir aos momentos fletores produzidos pela excentricidade da carga do pilar em relação ao centro dessa sapata.

3. Quanto à solicitação:

Sapatas sob carga centrada:  

Ocorre quando a carga vertical do pilar  passa pelo centro de gravidade da sapata. Neste caso, admite-se uma distribuição uniforme e constante das tensões do solo na base da sapata, igual à razão entre a carga vertical e a área da sapata (em planta).

Sapatas sob carga excêntrica: 

Em muitos situações práticas, as cargas verticais dos pilares são aplicadas excentricamente em relação ao centro de gravidade da sapata, gerando momentos nas fundações. Com a obrigatoriedade da consideração das ações do vento, normalmente  os pilares transmitem momentos em uma ou nas duas direções principais, gerando na base da sapata solicitações de flexão normal composta ou de flexão oblíqua composta.

Fonte:http://www.ufsm.br/decc/ECC1008/Downloads/Sapatas.pdf